Enem 2013: Linguagens, Códigos e
suas Tecnologias exige intensa leitura
De poesia à redação jornalística,
todos os gêneros aparecem na prova
O segundo dia de provas do Exame Nacional do Ensino
Médio (Enem) é o momento de testar os conhecimentos relacionados a Linguagens,
Códigos e suas Tecnologias, prova aplicada juntamente com a de Matemática e
suas Tecnologias e com a Redação. Com 45 questões objetivas, a prova traz
conteúdos das disciplinas de Língua Portuguesa, Literatura, Língua Estrangeira
(Inglês ou Espanhol), Artes, Educação Física, e Tecnologias da Informação e
Comunicação.
Além dos conteúdos curriculares, o exame exige dos
candidatos competências como a capacidade de concentração e de interpretação.
De acordo com o coordenador de linguagens do Curso Pré-Enem da Abril
Educação, Filipe Couto, a principal característica desta prova é o grande
volume de textos que contém. “É uma prova de intensa leitura, com um
texto para cada duas questões, em média, considerando que são 45 questões ao
todo, fica bastante extensa, tornando difícil manter a concentração”, explica.
A atenção exigida pelo teste não se limita à
leitura das questões. No caso dos idiomas estrangeiros, o aluno deve optar por
inglês ou espanhol ao fazer a inscrição do Enem e ter cuidado ao preencher o
gabarito. Isso porque os números das cinco primeiras questões da prova se
repetem, mas devem ser respondidas apenas as questões relativas ao idioma
escolhido, ignorando as outras cinco.
Outra característica marcante da prova é a
variedade de formas de linguagem e de gêneros textuais. Os textos apresentados
podem ser charges, cartas, matérias jornalísticas, reportagens, músicas,
poemas, anúncios publicitários, trechos de obras literárias e até placas de
trânsito. A variedade de linguagens está relacionada a outra característica
importante, que é a aproximação com o cotidiano. No nosso dia a dia, temos de
decodificar diferentes linguagens a todo tempo, e elas não se apresentam
separadas em categorias, como ocorre em outras provas.
Para o professor do Curso Enem do Cursinho Henfil
Daniel Welber Gonçalves Peres - mais conhecido como professor Dandan -, esta
não é exatamente uma prova de língua portuguesa: “É muito mais ampla do que
isso, além da questão gramatical, trabalha com interpretação, linguagem
corporal, artística, midiática, trata de questões sociais, abstratas... Tudo
que está relacionado a comunicação, a transmissão de informação, pode entrar na
prova”.
O que estudar
Para uma prova com exigência tão ampla de conhecimentos, é difícil saber o que
será cobrado, mas alguns conteúdos costumam ter presença garantida. Para o
professor do Sistema Ari de Sá Éder Vidal a diversificação das disciplinas
presentes na prova a tornam mais interessante, e apesar de não existir “fórmula
mágica”, os estudantes podem sempre esperar questões ligadas a efemérides, como
o centenário do nascimento de Vinicius de Moraes, por exemplo.
Para Couto, há pontos que não podem faltar no
cronograma de estudos dos candidatos. O primeiro deles é o conhecimento de
diferentes níveis de linguagem e variações linguísticas. Saber identificar em
que situações se usa norma culta, qual é a linguagem típica da internet, de
propagandas, de textos jornalísticos, entre outros.
É importante também conhecer as funções da
linguagem, mecanismos de coesão e de progressão de texto. Dominar a análise da
linguagem conotativa, saber o significado de metáforas, metonímias, antíteses,
“ter sensibilidade para perceber os diferentes significados das palavras”. O
professor ressalta ainda a necessidade de os estudantes conhecerem recursos de
argumentação, o que pode ser útil também para a prova de Redação. “Tem que
saber como se desenvolve a comprovação de ideias, o uso de exemplos, de
argumentos de autoridade, de dialética, além de compreender a
intertextualidade, como um texto dialoga com outro, como referencia outros
textos”, esclarece.
Para Vidal, os estudantes também devem estudar
representações artísticas diversas da literatura, como pintura, escultura e
música. Conhecer o funcionamento da indústria cultural sem se ater a conceitos
antigos. “É preciso ter uma visão ampla da indústria cultural, ver as ligações
entre as correntes artísticas do passado e do presente, ver a antropofagia não
só na obra dos modernistas, mas na Tropicália, no programa da Regina Casé, no
trabalho do Criolo”, explica.
Segundo o professor, a equipe que produz a prova
procura promover a redução de preconceitos linguísticos como uma contribuição à
democracia, então é possível que surjam questões relativas às linguagens
específicas das diversas redes sociais, em meio a questões sobre clássicos da
literatura. Em relação às questões relacionadas à área de educação física e
saúde, previstas no edital do exame, o professor do Cursinho Henfil explica que
costumam ser mais interpretativas, exigindo apenas o uso de bom senso por parte
dos candidatos.
Para revisar
A reta final dos estudos não é apenas o momento de revisar os conteúdos
aprendidos ao longo do ano, mas também de reforçar habilidades exigidas pelo
exame. Para Couto, é importante praticar a leitura das questões, treinar a
capacidade de concentração. Para tanto, a dica do professor é fazer simulados
usando as provas antigas do Enem.
Além disso, Vidal lembra que, para se dar bem no
Enem, o candidato não pode “afundar a cabeça nos livros” e esquecer do resto do
mundo. Os três professores são unânimes ao afirmar que estar atento às notícias
é tão importante quanto estudar os conteúdos de sala de aula. A dica do
professor Dandan é fazer uma retrospectiva dos acontecimentos do último Enem
até agora.
No entanto, ele ressalta que as questões de
atualidades costumam tratar mais de notícias “secundárias”, que não estejam
muito em evidência, normalmente ligadas a questões sociais.
Fonte:
< http://noticias.terra.com.br/educacao/enem/enem-2013-linguagens-codigos-e-suas-tecnologias-exige-intensa-leitura,842a8b74f2c21410VgnVCM3000009acceb0aRCRD.html>